segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Quando Deus Criou o Policial.

...Deus estava no sexto dia de horas extraordinárias, quando aparece um Anjo e lhe diz:
- Estás levando muito tempo nessa criação Senhor!
- O que tem de tão especial esse homem?
Deus respondeu:
- Tu já viste o que me pedem neste modelo?
- Um policial tem que correr 10 km por ruas escuras, subir paredes, pular muros, entrar em matagais, entrar em casas que nem um fiscal de saúde pública ousa penetrar, e tudo isso, sem sujar, manchar ou rasgar a sua roupa ou uniforme.- Tem que estar sempre em boa forma física, quando nem sequer lhe dão tempo para comer.
- Tem que investigar um homicídio, buscar provas nessa mesma noite e, no outro dia, ir ate o tribunal prestar depoimento.
- Também tem que possuir quatro braços, para poder dirigir sua viatura, atirar contra criminosos e ainda chamar reforço pelo rádio.
O anjo olha para Deus e diz:
- Quatro braços? Impossível!
Deus responde:
- Não são os quatro braços que me dão problemas e sim os três pares de olhos que necessita.
Isto também lhe pedem neste modelo? Pergunta o Anjo.
- Sim, necessita de um par com raio-x, para saber o que os criminosos escondem em seus corpos.Necessita de um par ao lado da cabeça para que possa cuidar de seu companheiro e outro para conseguir olhar uma vítima que esteja sangrando e ter discernimento necessário para dizer que tudo lhe sairá bem, quando sabe que isto não corresponde à verdade.
Neste momento, o Anjo diz:
- Senhor Deus, descansa, e poderás trabalhar amanhã.
- Não posso, responde Deus!
- Eu fiz um policial que é capaz de acalmar ou dominar um drogado de 130 quilos sem nenhum incidente, e ao mesmo tempo manter uma família de cinco pessoas com seu pequeno salário. Ele estará sempre pronto para morrer em serviço, com sua arma em punho e com sentimento de honra correndo junto ao sangue.
Espantado, o Anjo pergunta a Deus:
- Mas Senhor, não é muita coisa para colocar em um só modelo?
Deus rapidamente responde:
- Não. Não irei só acrescentar coisas, mas também irei tirar. Irei tirar seu orgulho, pois infelizmente para ser reconhecido e homenageado ele terá que estar morto. Ele também não irá precisar de compaixão, pois ao sair do velório de seu companheiro, ele terá que voltar ao serviço e cumprir sua missão normalmente.
- Então ele será uma pessoa fria e cruel? Pergunta o Anjo.
- Certo que não! Responde Deus.
- Ao chegar em casa, deverá esquecer que ficou de frente com a morte, e dar um abraço carinhoso em seus filhos dizendo que está tudo bem.
- Terá que esquecer os tiros disparados contra seu corpo, ao dar um beijo apaixonado em sua esposa. Terá que esquecer as ameaças sofridas, ao ficar desesperado quando o salário não der para pagar as contas no final do mês e terá que ter muita, mas muita coragem para no dia seguinte, acordar e retornar ao trabalho, sem saber se irá voltar para casa novamente.
O anjo olha para o modelo e pergunta:
- Além de tudo isso, ele poderá pensar?
- Claro que sim! Responde Deus.
- Poderá investigar, buscar e prender um criminoso em menos tempo que cinco juízes levam discutindo a legalidade dessa prisão?
- Poderá suportar as cenas de crimes, as portas do inferno, consolar a família de uma vítima de homicídio e, no outro dia, ler nos periódicos que os policiais são insensíveis aos Direitos dos Criminosos?
Por fim, o Anjo olha o modelo, lhe passa os dedos pelas pálpebras, e fala para Deus:
- Tem uma cicatriz, e sai água. Eu te disse que estavas pondo muito nesse modelo!
- Não é água, são lágrimas? Responde Deus.
- E por que lágrimas? Perguntou o Anjo.
Deus responde:
- Por todas as emoções que carrega dentro de si!
- Por um companheiro caído!
- Por um pedaço de pano chamado bandeira!
- E por um sentimento chamado justiça!
- És um gênio! Responde-lhe o Anjo.
Deus o olha, sério, e diz:
- Não fui eu quem lhe pus lágrimas!
- Ele chora, porque é simplesmente um homem!
***Dedicação a todos os guerreiros anônimos, que deixam suas casas, famílias, amigos e sonhos, encarando a morte no combate a criminalidade, garantindo assim a ordem pública e zelando pela nossa segurança, mesmo que isso custe suas próprias vidas!

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