sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Quadrilha presa pela federal em Arraial do Cabo atuava na prefeitura



A Polícia Federal de Macaé, divulgou no inícío da tarde desta sexta-feira (23) um balanço da Operação Ariadne, deflagrada nas primeiras horas da manhã para prender pessoas envolvidas em desvio de verba repassada pelo governo federal. Os envolvidos possuem ligação com a Empresa de Saneamento de Arraial do Cabo (Esac). A quadrilha seria responsável por elaborar contratos fraudulentos de locação de veículos. Os contratos seriam feitos sem licitação e com direcionamento a pessoas ligadas à própria Esac.


Segundo o delegado da Polícia Federal, Júlio Cesar Ribeiro, os envolvidos desviaram cerca de R$ 350 mil de dois contratos com a Funasa que somam R$ 1 milhão. Os dois contratos seriam para executar obras de melhorias sanitárias em Arraial do Cabo. Porém, servidores da Esac informavam à Funasa (Fundação Nacional de Saúde) a necessidade de contratar veículos para que engenheiros avaliassem a situação de cada localidade que receberia as obras, para que os projetos pudessem ser executados.






No entanto, os veículos nunca foram contratados, segundo o delegado. "Desde 2010, nós percebemos que tinha muita locação de veículos e depois das investigações que realizamos percebemos que esses contratos eram fictícios, sem licitações, e que os veículos nunca foram utilizados, muito menos seus motoristas", explicou o delegado.
Secretário de Esporte e Lazer de Arraial do Cabo entre os presos

Entre as nove pessoas presas estão o atual presidente da Esac, Claudio Cesar Andrade Bertollo, Henrique Cardoso Barreto, secretário de Esporte e Lazer de Arraial do Cabo e ex-conselheiro fiscal da Esac entre o período de abril de 2011 e junho de 2012, Aurora Cunha de Macedo Cardoso Barreto, esposa de Henrique, Josino Andrade Filho, ex-presidente da Esac, Newton de Ameida Machado, ex-comprador da Esac, Altino Peluso Filho, diretor administrativo da Esac, Alan Luiz Duarte, responsável pelo controle interno da Esac e Alcir Marinho Mendonça, membro da comissão de licitação.
Também tiveram prisão temporária decretada Gabriel Luiz Coutinho Ferreira, Rita Mara Flores, Lidce Lemos de Almeida Andrade, Paula Lemos Almeida Oliveira, Fernando Luis Duarte Junior, Heloisa Rosa Nunes Pimentel e Tiago Damasceno Gomes. "Essas pessoas são ligadas a Esac, que tinham poder de decisão para autorizar e conseguir aliciar pessoas, que pode-se falar laranjas, para o esquema criminoso", resumiu Julio Cesar Ribeiro sobre as pessoas envolvidas no esquema fraudulento.
Total desviado por quadrilha é é de cerca de R$ 350 mil

O delegado explicou também sobre o fortalecimento do esquema de desvio de verba pública mesmo após a troca na diretoria da Esac: "O esquema continuou mesmo com a troca da diretoria porque eles perceberam que conseguiam angariar de R$ 20 mil a R$ 30 mil. Não havia suspeita no contrato de R$ 500 mil com a Funasa, e a organização criminosa continuou. Felizmente, conseguimos pegar a cúpula dessa quadrilha que tanto afeta a comunidade de Arraial do Cabo".  
"Os presos na operação responderão por formação de quadrilha, peculato, por se apropriarem indevidamente de dinheiro público, fraude em licitação, improbidade administrativa, entre outros delitos que serão apurados durante a investigação. O dinheiro desviado por essa quadrilha criminosa é de cerca de R$ 350 mil", completou o delegado federal. 
O advogado de Henrique Cardoso Barreto, secretário de Esporte e Lazer de Arraial do Cabo, disse que o cliente não possui envolvimento com a organização e que ele não possui envolvimento com desvio de verba pública. Disse ainda que está tentando anular a decisão da juíza federal Angelina de Siqueira Costa. 
Todos serão encaminhados ao presídio de Campos dos Goytacazes, onde permanecerão presos por cinco dias, segundo decisão da Justiça, "visto o eminente risco dos mesmos embaraçarem a produção de provas necessárias à conclusão da futura ação penal a ser proposta, apagando os vestígios dos crimes". 


Fonte:G1


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