Mancha foi flagrada perto de navio durante viagem em novembro de 2013 (Foto: Alcinir de Jesus) |
Se você anda pensando em fazer uma viagem marítima, num desses luxuosos transatlânticos, atraído por aquelas lindas fotos de mar cristalino no mar do caribe, precisa saber de uma coisa importante: Vai estar contribuindo para a poluição ambiental num empreendimento nada limpo. A propaganda é mentirosa. Ao derredor do navio pode ter de tudo, menos mar cristalino. Ocorre que esses navios de cruzeiro produzem uma quantidade de poluição marítima e aérea surpreendentes.
Mancha foi fotografada pelo secretário Índio da Costa, em Búzios (Foto: Índio da Costa/Arquivo) |
Vamos começar pela atmosfera: Seus motores necessitam de imensas quantidades de óleo para se mover. Veja, por exemplo, o famoso Queen Elizabeth II (o nome é bem apropriado), que consome mais de 400 litros de combustível para andar apenas 1,6 km. Ele gasta 433 toneladas de combustível por dia. E a fumaça disso tudo vai para a atmosfera. Isso sem contar os vazamentos que são comuns, deixando emplastros de óleo no mar. O lixo orgânico (resto de alimentos) é todo jogado no mar. Mas o pior, é o inorgânico que, muitas vezes, por comodismo, ganância e economia de logística da empresa, também é despejado clandestinamente no mar.
É bastante comum se encontrar latas, garrafas, embalagens e até – pasmem – lixo hospitalar (ambulatorial) contaminante, à deriva, próximos a locais onde esses navios têm rota. Mas o esgoto é, provavelmente, a pior sujeira. Consoante dados da Agência de Proteção Ambiental americana, um navio de cruzeiro transportando 3.000 passageiros gera cerca de 800 mil a 1 milhão de litros de esgoto bruto durante apenas uma semana de navegação. Se você achava que esse esgoto era cuidadosamente armazenado e tratado, está redondamente enganado. Esse material é despejado diretamente no mar, sendo norma de navegação obrigatória que ele apenas esteja a mais de cinco quilômetros da costa. O que não é nada, considerando as correntes marítimas convergentes. Os ganhos da natureza são definitivos. Os do turismo, transitórios.
fonte:http://mirantesul.blogspot.com.br/2013/09/transatlanticos-sujeira-e-real.html
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