sábado, 7 de abril de 2012

Assistência Social de Cabo Frio ensina Deficientes Visuais a usar bengala


Assistência Social expande atendimento a deficientes visuais e ensina como utilizar bengala


Com a finalidade de expandir as opções de atividades para as pessoas com deficiência no município, a Secretaria Municipal de Assistência Social criou mais uma ferramenta para atender aos deficientes visuais. Por meio de uma oficina de orientação e mobilidade, o aluno aprende a andar dentro de casa ou ao ar livre, utilizando uma bengala.  As aulas são ministradas às quartas e quintas-feiras no Departamento de Apoio a Pessoa com Deficiência (Dapede).
A idéia atraiu, em menos de um mês, sete pessoas – algumas com deficiência total de visão, como a ex-professora Carmem Lúcia, cega há mais de três anos. Ela iniciou o treinamento com o instrutor Marcos Souza, que pretende ampliar os ensinamentos com os alunos que poderão, já na fase mais adiantada, utilizar o forno e o fogão para preparar suas próprias refeições em casa. A técnica de orientação começa com a autoproteção, por meio do reconhecimento do interior da casa para que os alunos saibam onde estão os objetos, portas e paredes. Nesta fase são incluídos os parentes.
- O guia não pode pegar no braço do cego e sair puxando. Isso pode causar acidente nos dois. Na fase seguinte, caminha com o aluno pelas ruas para evitar os obstáculos, tais como lixeiras, buracos, postes e até cães dormindo na calçada. Já para a locomoção, o ensinamento básico determina que, com o braço esticado para frente, leva-se a bengala para o lado da perna que está atrás. Dessa forma, a bengala mostra sempre que a perna de trás pode ir para frente, que se pode dar o passo. Quando isso acontece, joga-se a bengala para o lado oposto, ou seja, para o lado da perna que ficou para trás com o passo dado. Se a bengala esbarrar em algo, o aluno deve parar, pois estará a um passo do obstáculo.  Assim, ele fica sempre atrás de um possível perigo – explicou o instrutor.
A aluna Carmem Lúcia, moradora do Caiçara, afirmou que pretende concluir todo o cronograma de aulas para fazer as atividades diárias sozinha. Ela também frequenta os cursos de braile, cerâmica e teclado no Dapede.
- Encontrei aqui um ambiente agradável onde recebo muita atenção e carinho. Como não tenho vida social, fiz aqui o meu círculo de amizade e, aos poucos, vou perdendo a insegurança – disse a aluna.
O Dapede – que funciona à Avenida Vitor Rocha, nº 100, no Parque Burle – possui uma estrutura que inclui audioteca, oficinas de libras e de inclusão produtiva (como cerâmica, informática e mosaico), polo de cadastramento do Cartão Social e do Cartão de Estacionamento, além de oficina de capacitação para o deficiente visual interessado em entrar no mercado de trabalho na área de informática.

Osvaldo Ramos 

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