quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Golpe: Filha de ex-prefeito de Juiz de Fora alugava casas que não existiam em Cabo Frio

Suspeita está na penitenciária em Juiz de Fora
(Foto: Roberta Oliveira/ G1)
A juiz-forana Tatiana dos Santos Bejani, 28 anos, presa nesta terça-feira (21) em um salão de beleza de Juiz de Fora, admitiu em depoimento à 7ª Delegacia da Polícia Civil que aplicou os golpes de estelionato pela internet e afirmou que vítimas foram ingênuas. A filha de um ex-prefeito da cidade mineira tinha dois mandados de prisão em aberto por estelionato. De acordo com denúncias publicadas no jornal O Globo, ela oferecia casas em locais do litoral brasileiro em páginas de negociação pela internet. Após pagarem o valor acertado, as vítimas descobriam que os locais não existiam. Após o depoimento, ela foi levada para a Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires. Nesta quarta-feira (22), Tatiana dos Santos Bejani deve retornar para prestar novo depoimento na delegacia em Santa Terezinha, para outros dois inquéritos em andamento pelo mesmo crime.
De acordo com o delegado Eurico da Cunha Neto, ela confirmou que as casas prometidas no anúncio não existiam e afirmou que as vítimas foram “muito inocentes” em não checar a vericidade dos anúncios. “Segundo ela, os valores eram muito abaixo do mercado e as vítimas também queriam levar vantagem”, relatou o delegado ao G1. Ainda conforme Eurico da Cunha Neto, a presa não demonstrou arrependimento. “Eu lucrei muito, eu vivi muito. Tudo que eu pagar agora valeu a pena, fiquei nos melhores hotéis, viajei, tudo com dinheiro disso aí”, disse o delegado, lendo trecho do depoimento de Tatiana dos Santos Bejani. O delegado também explicou que ela não deu estimativa de quanto lucrou com a prática dos golpes pela internet.
Imagem anexada ao inquérito de um anúncio que teria sido publicado pela suspeita na internet (Foto: Roberta Oliveira/ G1)
Tatiana disse ainda em depoimento que nenhum dos sites verificou se os anúncios eram verdadeiros. Por meio de nota, a OLX informou que não participa nem interfere nas negociações realizadas no site, porque o negócio da empresa consiste em oferecer uma plataforma de classificados gratuita que facilite a interação entre vendedores e compradores para que negociem diretamente. A OLX afirmou ainda que está à disposição das autoridades para colaborar no que for necessário. Anteriormente, a empresa já havia declarado que o anúncio da suspeita foi tirado do ar. O G1 entrou em contato outro site onde a suspeita de estelionato publicou os anúncios e ainda aguarda posicionamento sobre a alegação de Tatiana Bejani.
O delegado explicou que já começou a relatar os inquéritos para encaminhar para a Justiça. A expectativa é de realizar os procedimentos até a próxima semana. No entanto, ele afirmou que deve receber mais inquéritos que já estavam com a Justiça e que devem retornar à Delegacia para serem finalizados.
Identidade falsa
Tatiana dos Santos Bejani foi detida em um salão de beleza na Rua Oscar Vidal, no Centro da cidade. A Polícia Militar (PM) informou que chegou até ela após denúncia anônima de que havia alguém no estabelecimento que estava foragida. Ao comparecer ao local para checar a informação, a PM relatou que, a princípio, a jovem forneceu nome falso. Tatiana foi detida e levada para a delegacia de plantão, onde prestou depoimento e assinou Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO) por falsa identidade.
A Polícia Civil de Juiz de Fora iniciou, no dia 9 de janeiro, as buscas à suspeita. Contra ela existiam dois mandados de prisão datados de julho de 2012 e junho de 2013, em aberto pela modalidade criminosa. O inquérito aponta que a suspeita usava sites de negociação para oferecer casas para aluguel de temporada, no litoral brasileiro, que não existiam.
Imóvel inexistente
A reportagem do jornal O Globo informou que Tatiana usava os sites para divulgar uma casa disponível para aluguel de temporada. Vítimas que buscavam locais em Cabo Frio (RJ) e Natal (RN) deram entrevistas explicando que, após fazer o pagamento descobriam que os locais anunciados não existiam. Segundo levantamento de O Globo, 12 pessoas denunciaram o golpe em delegacias do Rio de Janeiro, em outras cidades como Cabo Frio, Campos, Volta Redonda e Valença, além da Delegacia de Crimes de Internet, entre 2012 e 2014.




Fonte:G1

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