quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Atores de Cabo Frio realizaram sarau em homenagem ao poeta mineiro Murilo Mendes


Na última segunda-feira, dia 20 de novembro, no Charitas, os atores José Antônio Mendes, Marta Sirimarco e Viviane Rocha realizaram uma leitura dramática de poesias em homenagem a Murilo Mendes, poeta mineiro que deixou marcas no modernismo.
Também estiveram presentes admiradores de poesia e literatura, como o Secretário de Cultura, José Correia, o poeta Maurício Cardozo e a jornalista Sylvia Matheus. A proposta é de realizar um sarau todo mês, homenageando um poeta diferente. A próxima leitura ficou marcada para janeiro, sem dia definido ainda.
Quem foi Murilo Mendes - Murilo Monteiro Mendes nasceu em Juiz de Fora, em 13 de maio de 1901, e morreu em Lisboa, em 13 de agosto de 1975. Foi um poeta brasileiro, expoente do surrealismo brasileiro. O artista foi telegrafista, auxiliar de contabilidade, notário, Inspetor do Ensino Secundário do Distrito Federal e escrivão da quarta Vara de Família do Distrito Federal, em 1946. De 1953 a 1955 percorreu diversos países da Europa, divulgando, em conferências, a cultura brasileira. Em 1957 se estabeleceu em Roma, onde lecionou Literatura Brasileira. Manteve-se fiel às imagens mineiras, mesclando-as às da Sicília e Espanha, carregadas de história.
Iniciou na literatura escrevendo nas revistas modernistas Terra Roxa, Outras Terras e Antropofagia. Os seus livros Poemas (1930), História do Brasil (1932) e Bumba-Meu-Poeta, escrito em 1930, mas só publicado em 1959, na edição da obra completa intitulada Poesias (1925–1955), são claramente modernistas, revelando uma visão humorística da realidade brasileira. Tempo e Eternidade (1935) marca a conversão de Murilo Mendes ao catolicismo. Nesse livro, os elementos humorísticos diminuem e os valores visuais do texto são acentuados. Foi escrito em colaboração com o poeta Jorge de Lima.
Nos volumes da fase seguinte, Poesia em Pânico (1938), O Visionário (1941), As Metamorfoses (1944) e Mundo Enigma (1945), o poeta apresenta influência cubista, sobrepondo imagens e fazendo o plástico predominar sobre o discursivo. Poesia Liberdade (1947), como alguns outros livros do poeta, foi escrito sob o impacto da guerra, refletindo a inquietação do autor diante da situação do mundo. Em 1954, saiu Contemplação de Ouro Preto, em que Murilo Mendes alterou sua linguagem e suas preocupações, reportando-se às velhas cidades mineiras e sua atmosfera. Daí por diante, o poeta lançou-se a novos processos estilísticos, realizando uma poesia de caráter mais rigoroso e despojado, como em Parábola (1946-1952) e Siciliana (1954–1955), publicados em Poesias (1925–1955). As características desse período atingem sua melhor realização no livro Tempo Espanhol (1959).
Em 1970, Murilo Mendes publicou Convergência, um livro de poemas vanguardistas. Murilo Mendes também publicou livros de prosa, como O Discípulo de Emaús (1944), A Idade do Serrote (1968), Livro de memórias e Poliedro (1972). Ao morrer, em Lisboa, deixou inéditas várias obras. Prêmios recebidos: Prêmio Graça Aranha, pelo livro Poemas, e Prêmio Internacional de Poesia Etna-Taormina, em 1972.

Viviane Rocha

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