Com mais de 100% de cobertura na vacinação contra a poliomielite, Cabo Frio, mais uma vez, ultrapassa média estadual e nacional
Parece que virou rotina. Mais uma vez Cabo Frio participa de uma campanha de vacinação e supera, em muito, a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde. Desta vez, a imunização contra poliomielite, para crianças com até cinco anos incompletos, bateu todos os recordes e alcançou mais de 100% em todas as faixas etárias. Na contabilidade geral, a cobertura da vacinação contra a paralisia infantil imunizou 14.332 crianças, o equivalente a 104,20%. No estado, o registro foi de 99,33% e no país de 95%.
Ao longo dos últimos anos, a cidade vem não só atingindo como ultrapassando as metas estabelecidas pelo órgão federal. Na campanha contra a gripe, também realizada no primeiro semestre deste ano, o município chegou a 83% do público-alvo vacinado, quando o indicado era pelo menos 80%. Para a médica Lucy Pires, Superintendente de Saúde Coletiva de Cabo Frio, a adesão da população reflete o trabalho de divulgação da importância das campanhas, além de ser fundamental para a cidade:
- A proteção e controle de diversas doenças dependem muito da participação das pessoas. É fundamental que todos compareçam às campanhas de vacinação, pois é bom para o cidadão e para a cidade – disse ela, acrescentando que apenas as crianças ainda estão recebendo dose contra a H1N1, pois a dosagem é dividida em duas e vai até o dia 25 de julho.
A médica destacou, ainda, que os bons índices registrados por Cabo Frio nos últimos anos são reflexo do trabalho desenvolvido pela Saúde do município que muitas vezes realiza parceria com outras secretarias para estimular a adesão da população.
15 estados do Brasil atingem 95% de imunização
Ao todo, a campanha nacional contra a pólio alcançou cobertura de imunização de 95% do público-alvo em 15 estados. Ao todo, 13,4 milhões de crianças, que formavam o público-alvo, foram vacinadas.
Menores de até 4 anos, 11 meses e 29 dias de idade receberam as duas gotinhas que garantem a imunidade contra a paralisia infantil. Os estados que atingiram a meta foram o Acre, Amapá, Rondônia, Alagoas, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Goiás. Nos demais, a vacinação poderá continuar até que a cobertura ideal seja alcançada.
A paralisia infantil é uma doença infecto-contagiosa viral aguda que atinge principalmente crianças de até cinco anos. É caracterizada por quadro de paralisia flácida de início súbito, principalmente nos membros inferiores. Sua transmissão ocorre pelo Poliovírus, que entra pela boca. Ele é carregado pelas fezes e gotículas expelidas durante a fala, tosse ou espirro da pessoa contaminada. Falta de higiene e de saneamento na moradia, além da concentração de muitas crianças em um mesmo local favorecem a transmissão.
Eliminação da doença
O último caso da doença no país foi registrado em 1989, na Paraíba. Em 1994, o Brasil recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) o certificado de eliminação da doença. Embora não haja circulação do vírus em território nacional, neste ano, 16 países registraram casos de paralisia infantil e, em três deles, a doença é endêmica: Afeganistão, Nigéria e Paquistão. Para evitar a reintrodução do vírus no Brasil, é fundamental a manutenção da vacinação.
A aplicação das gotinhas tem como objetivo manter o Brasil na condição de país certificado internacionalmente para a erradicação da poliomielite, estabelecendo proteção coletiva com a vacinação de todas as crianças menores de cinco anos no mesmo período. Esta estratégia também permite a disseminação do vírus vacinal no meio ambiente, ajudando a criar a imunidade de grupo. É importante ressaltar que não existe tratamento para a pólio, apenas a prevenção por meio da vacina.
Nicia Carvalho
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